sábado, 27 de novembro de 2010


                                     RELIGIOSIDADE



          PRECE

Que o Santo Espírito agora me envolva
e me oriente a mão, e que me anime
e sopre as palavras certas; devolva
a paz que sinto prestes a fugir-me.

Que tal ânimo jamais enfraqueça,
mas sobre para reparti-lo ainda
com todo que necessite e mereça
para bem viver esta vida linda.

Que, na verdade, sendo a vida do homem
objeto maior da morte de Cristo
a ninguém é dado dela dispor.

Fujamos aos erros que nos consomem.
Sigamos Sua Lei fundada nisto:
é preciso viver com muito AMOR!


 


          AMOR MAIOR
               
Dos antigos moldes e aplaudidos poemas
que vibram tanto e fazem suspirar ainda
antigos e jovens - novos e velhos temas -,
eu (ousado) quis também compor obra linda.

Asas à imaginação – que o dia já finda
novamente – “faça-o logo” -- eis o meu lema.
Mas ... a mensagem? Ah! seja muito bem-vinda,
Pois o AMOR, sempre o AMOR, é meu eterno tema.

Amor universal, platônico, materno,
quente amor sensual, ou simples amor terno,
tudo é amor. Porém, no sentido mais profundo,

quero cantar, quero invocar o AMOR FRATERNO;
esse – sim – e só esse, pode por fim ao inferno
de vergonha e sangue que cobre nosso mundo!
       
         



            A INSPIRAÇÃO DO POETA
        (“Deus é a necessidade das necessidades”- Rui Barbosa) 

Perguntaram-me um dia:
- É fácil fazer versos? / Como compor um poema?
Fácil é -, respondi: basta ser poeta.
- Mas...em que me inspirar?
Em tudo – de imediato lancei –
pois o verdadeiro poeta em tudo se inspira.
 - Por quê? 
Porque tudo é poesia.

- Mas...tudo?

Sem exceção.

Vejamos:
Se olhamos para cima (onde o céu, o infinito)
lá encontramos poesia.
Certo?
- Certo.
Ao baixarmos os olhos, o que vemos?
- Bem, vemos a terra, as flores, o mar ...
Poesia!
- Pensando bem: tem razão. Isto é tudo?
 Não. Tudo não é apenas céu, mar, terra, flores.
Tudo é tudo.
Tudo é...o sorriso de uma criança...
 - ...poesia! 
Tudo o que nos cerca – a natureza toda...
 - ...poesia!
 A simplicidade das coisas e das pessoas...
 - ...poesia!
 Até na ingenuidade de alguém há...
  - ...poesia!

 O amor é poesia.




sexta-feira, 19 de novembro de 2010


                                        LIÇÕES DE VIDA




            MEIO-HOMEM

Lá vem ele:
cabeça erguida,
forte,
tranquilo,

cheio do que falta em muito homem.

Cabeça erguida,
lá vem ele
em seu veículo privado.

Quanto homem inteiro inveja aquele
meio-homem!

        


            ELO VITAL

Vêm ambos pela rua braços
   dados:

seguros,
otimistas,
confiantes um no outro
veem.
Braços dados vêm.

Vivem o sol claríssimo,
felizes,
através do vidro negro.           



            CONTRASTE

Pela rua
movimentada
vem ele.

Tranquilo.

Passa esquina,
passa carro,
passa gente,
passa ele.

Independente.

Toc-toc-toc-toc cadenciado segue ele.
Dirige seus passos o toc-toc da bengala.

Pela rua vem ele
feliz, cantarolando.

Quanta gente infeliz o vê!
E ele – feliz  -  não vê ninguém...

Apenas segue seu caminho:
Toc – toc – toc – toc.

Sereno – cantante -  feliz.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

SONETO DO FIM

A gente
             de repente
                                      vai.
Cai

o pano.
Abandono
da matéria.
Face séria,

sem cor.
IMOBILIDADE
total.
                                      Final.

...................................................                        
Amor.
                                                Saudade.